quarta-feira, 8 de junho de 2022

a ARTE imorredoura de Paula Rego

Partiu Paula Rego. Partiu, mas não morreu. Apenas mudou de dimensão.
Paula Rego nasceu em 1935. Com o apoio familiar, deixou Portugal aos 16 anos, para fazer os estudos na Slade School of Art, uma escola londrina onde frequentou o curso de pintura, entre 1952 e 1956.
Desde cedo, a sua obra fortemente figurativa e literária sobressaiu pelas histórias narradas, muitas delas ouvidas durante a infância em Portugal, ou inspiradas na sua vida, em livros ou em filmes. Sobre elas disse numa entrevista a John McEwen «As histórias são formas de nos preenchermos, de aliviar o medo».
Depois, na sua pintura havia uma crítica mordaz e a não aceitação dos cânones vigentes na sociedade salazarista, sobre as quais disse numa entrevista: «Os meus temas favoritos são os “jogos” provocados pelo poder, o domínio e as hierarquias. Dá-me sempre vontade de pôr tudo de pernas para o ar, desalojar a ordem estabelecida».
Outro tema recorrente na sua obra foram as mulheres e o seu direito a serem e a fazerem, as grandes impossibilidades durante o Estado Novo. Numa entrevista confessou “Eu gostava de ter sido rapaz, não gostava de ser menina. Gostava de ser o Robin dos Bosques ou o Peter Pan, que voava pelas janelas”.
Ontem, Paula Rego fez o seu último voo.
Neste hangar, ficou a sua ARTE.
Nós, que amamos o seu trabalho, deixamos aqui o nosso preito de homenagem.